Preço em agosto cai mais para pessoas de baixa renda, diz Ipea
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Fonte: Valor Econômico
A variação dos preços para as famílias de renda mais baixa, mostrou deflação de 0,12% em agosto, o dobro da contração observada entre as famílias de renda alta (-0,06%), segundo o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda para o mesmo passado.
O alívio inflacionário dos mais pobres no mês passado ocorreu, principalmente, graças à queda dos preços dos alimentos no domicílio, principalmente dos elementos mais importantes na cesta de consumo deste segmento, como tubérculos (-9,7%), carnes (-1,5%), leites e derivados (-1,3%) e aves e ovos (-1,3%), segundo o Ipea.
As famílias de renda mais baixa também favoreceram a queda no preço do gás de botijão (-1%).
Já as famílias de renda mais alta têm se beneficiado, em menor medida, da queda dos preços dos alimentos. Isto é porque os objetos que pesam mais nas contas de essa parcela da população, registrou-se um aumento, como as tarifas de gás encanado (1,2%), os planos de saúde (0,8%) e cursos diversos (0,5%).
Outros produtos que têm maior impacto sobre a inflação dos mais ricos registraram deflação no mês, como a gasolina (-1,5%) e passagens aéreas (-26,1%).
Em todos os níveis de renda, houve deflação no mês passado. A deflação registrada entre as famílias mais pobres é menor do que a observada no mesmo mês de 2017 (-0,22%). No caso das famílias de renda alta, ocorreu o contrário: em agosto do ano passado, houve uma inflação de 0,53%.
Na perspectiva dos últimos 12 meses, a inflação acumulada pelas famílias de menor poder aquisitivo foi acelerado. Ela passou de 3,45% em julho para 3,55% no mês passado.
O indicador do Ipea é calculado com base nas variações de preços de bens e serviços pesquisados pelo Sistema Nacional de Índice de Preços ao Consumidor (SNIPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É com base nesse sistema que o IBGE produz o IPCA e o INPC.
O IPCA do mês passado, apontou deflação de 0,09% em comparação com julho, com uma queda nos preços de alimentos, bebidas e passagens aéreas. No acumulado em 12 meses, o índice aponta alta de 4,19% da meta do Banco Central para este ano é de 4,5%.